quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Coronavírus, um mundo pós-pandemia

 

A alguns meses não existe mais outro assunto; onde quer que voce vá, as pessoas falam sobre o Covid, ou Coronavirus, como preferir.

Sou enfermeira, não deixei de trabalhar. 

Medo? sim, sempre. Mas não por mim, mas sim pelos meus.

Gostaria de voltar ao normal? Cada dia desde que isso começou.

Foram tantos planos quebrados, tantos abraços que não podem até hoje serem dados; tanta distancia e tanta saudade....

Aprendi receitas novas; ouvi músicas novas; li muitas paginas de livros maravilhosos. Escrevi, não o quanto eu desejava, mas escrevi muitos versos.

Fico na esperança que vamos ficar todos bem. Que vai passar. Que vamos poder nos reunir logo em breve!

Mas, enquanto esse dia não chega, fico com os versos escritos em um outro momento, que me trazem esperança na doce espera de dias melhores, onde, imagino como o mundo será após o fim da pandemia.

Fique bem, lave as mãos. Cuide de si e dos seus.


Coronavírus, um mundo pós-pandemia

 

As árvores respiraram

A natureza se renovou

Aprendemos dar valor à vida

Aos abraços e ao amor

Em um mundo pós-pandemia

Eu me renovo, me resignifico

Posso abraçar com força os meus pais, os meus irmãos

Meu esposo e meus amigos.

Meu trabalho no hospital,

Não será mais um perigo.

Meu jaleco continuara sendo a minha capa protetora

Depois que tudo isso passou

O mundo ficou melhor

As pessoas ficaram melhores

A natureza se curou

A arte nos salvou

De nós mesmo, dos nossos medos

Nos ajudou a encontrar o caminho para a felicidade

O aprendizado foi grande

Depois que a pandemia passou

A vida recomeça, se renova

O futuro começou



terça-feira, 3 de novembro de 2020

O ultimo aniversário

  

Como imagina que irá comemorar seu ultimo aniversário? E se por ventura você já comemorou o ultimo aniversário e não sabe disso? Já pensou em quantos desejos que não foram desejados nem cumpridos?

Ele sabia que aquele poderia ser o ultimo aniversário; as últimas velas a apagar; a ultima vez a ouvir o “parabéns para você nessa data querida...”. Bem verdade que ele sabia que poderia nem chegar ao seu aniversário algumas semanas à frente.

Internado algumas semanas antes, homem outrora forte e trabalhador, estava sendo vencido pelo câncer. Fez cirurgia e quimioterapia. O cabelo ralo escondia a vergonha outrora sentida devido a sua calvície maciça em decorrência da quimioterapia. Iria iniciar a radioterapia. Em seu corpo, as marcas da dor, do sofrimento. Ostomias, sondas, feridas e cicatrizes – no corpo, na alma e no coração.

Chegou fechado, calado e tímido. Senhor Jose. Sentia uma dor excruciante que não lhe permitia falar, chorar, sentir. A dor lhe possuía por completo. Ajusta uma dose aqui. Muda uma medicação ali e logo a dor foi controlada. Deu trabalho, mas foi domada.

Não conseguia andar. O exame de imagem mostrou um novo diagnostico; estadiamento da doença avançado. Invadiu a pelve, tomou os ossos. Estava tomando a vida. Não ficava de pé. Não podia sentar; de lado era doloroso, para o outro lado também; ficava o dia inteiro deitado com a barriga para cima.

E os dias passaram. A doença não cedia. A radioterapia tinha pouco efeito. A dor foi controlada.

Nos dias bons, ele contava histórias e sorria. Nos dias ruins, implorava para ninguém tocar nele. Muitas vezes não tomou banho para não ter dor. Dor na alma, no corpo, na mente. Dor que incapacita.

O seu aniversário estava próximo. Faltavam dois dias. O Senhor Jose compreendia a gravidade da doença. Entendia a finitude da sua vida. Sua família compreendeu a gravidade, mas tinha dificuldade em aceitar. Vinham diariamente visita-lo. Alegra-lo. Contar histórias.

Então, uma enfermeira teve uma ideia brilhante. Entrou em contato com a coordenação daquela ala hospitalar e os demais serviços responsáveis; estava decidida a fazer uma festa de aniversário surpresa. Uma festa de aniversário em um hospital!

Aquele foi um dia marcante. Em um momento estava tudo calmo, em seguida pessoas eufóricas entraram naquele quarto cantando “parabéns para você...” traziam balões coloridos e um bolo com velas azuis. A surpresa lhe invadiu em um misto de alegria com satisfação. Com o celular filmou a sua festa.

Ele chorou de emoção, de alegria e contentamento. Chorou por ser um dia tão especial, por ter sido lembrado, acolhido, abraçado e amado.

Estava ali a sua família cheia de amor e satisfação por mais uma primavera; e a equipe de enfermagem que com amor cuidou dele. Eles se abraçaram, sorriram e choraram. Juntos comemoram a vida.

Naquele momento, ninguém lembrou da finitude da vida, ou o estadiamento da doença avançando diariamente. Ninguém lembrou da dor ou do desconforto. Aquele momento foi de alegria, felicidade, e um amor puro e verdadeiro. Uma verdadeira festa de aniversário.

Pena que foi a última.

As semanas passaram, com o fim da radioterapia e por não haver mais nada a ser feito senhor Jose teve alta e voltou pra casa – feliz e grato por ter vivido enquanto estava vivo.

Poucos dias depois chegou a triste noticia. A morte era iminente, a dor, o luto, o sofrimento. A paz reinou entre aquela equipe de enfermagem, pois puderem realizar um desejo de aniversario. O último aniversário.


*nome e diagnostico ficticios para preservar o sigilo do paciente.

 

 

Sobre a vida e o viver ....


A alegria de um dia de sol

Aquece o meu coração

Os raios de sol trazem vida

Iluminam as nuvens de algodão

Os pássaros cantam alegres

As flores estão no vento

Dançando, encantando, deixando o mundo

Belo feliz e cheio de vida

O dia está lindo

Me chamando para brincar

Me chamando para ser feliz

E para me alegrar

O dia belo também te convida

A viver a felicidade

Pois a vida é tão linda

Com tanta coisa alegre

Por favor!

Viva de verdade!

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

FLOR DO SERTÃO

 


 Sou chuva em terra seca

Absorta em sintonia

Vivendo a doce magia

Da alegria do sertão

Sou luz, doce emoção

De um amor primaveril

Sou saudade de verdade

Sou do azul do céu o anil

Sou a força dessa chuva

A alegria e a paixão

Sou a cor doce da Bahia

E a levo no coração

No mandacaru com espinhos

Na roseira de esplendor

No girassol, no gramado

Com cheiro, toque e sabor

Do litoral ao sertão

Na caatinga e no agreste

Sou a Flor desse Sertão

Sou a beleza do Nordeste

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

mudança do Blog....

 

Sou poetisa, cordelista, enfermeira,

sou amiga sou amor

sou criatividade em forma de gente, sou soneto e canção...

Trago comigo todo o desejo de mudar, de melhorar, de humanizar cada vez mais o cuidado. 

Segue la no insta. Segue la no facebook.

Poesia no Hospital

Poesia que cura, que alivia

Poesia que tras cor e sabor a vida.


Seja Bem vindo.


A poesia no Hospital, para mim, para você e para todos!

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Para sempre era uma vez

Era uma vez, em um domingo de sol, um dia feliz
Era uma vez, em algum lugar bem longe daqui, uma terra onde as crianças podiam brincar em segurança.
Era uma vez, em um outro tempo, outra história, outra vida.
Era uma vez, e o para sempre acabou.

As flores murcharam
A infância se foi
A velhice chegou
E as luzes se apagaram.

Era uma vez e toda a perfeição se esvaiu
O fingimento passou
As máscaras caíram
E então, pudemos ver as faces daqueles que outrora nos desprezaram

Os ventos do destino seguem a soprar
Dia após outro
Vez pós outra
E o era uma vez, se tornou o todo dia
Se tornou a rotina
E me trouxe a solidão

As pessoas se foram
Outras casaram
Algumas morreram
E o fim chegou

Não para mim, ainda
Mas para tantos outros mais

Que amaram, que foram amados
Que lutaram bravamente e sem medo

Acreditando no era uma vez
No para sempre
E na felicidade

Era uma vez, o sol sorriu para mim
Uma borboleta pousou em minha janela.

Quem sabe o para sempre hoje será verdadeiro.



sábado, 12 de setembro de 2020

de volta a ativa....

 

faz um longo tempo que não apareço por aqui.... não sei explicar o real motivo que me fez me distanciar do meu espaço pessoal de escrita.

desde a ultima publicação muitas coisas aconteceram por aqui... na minha vida, no meu coração, no meu universos pessoal de rimas e versos...

talvez eu tenha escolhido internalizar mais algumas emoções; ou talvez eu apenas tenha escolhido guardar para mim algumas coisas... no fim essa frase ficou redundante, contudo não me importo, muitas coisas em minha vida tem ficado redundantes...

escrever é a minha vida. escrever é o fogo no sangue que corre em minhas veias.

que faz o meu coração bater, que faz a vida fluir.

muito em breve estarei lançando o meu primeiro livro; e terei que fazer uma publicação completa a respeito disso.

sigo escrevendo, sigo, rimando, sigo sorrindo, sigo vivendo.


estava com saudade, muita saudade.


mas não se preocupem, o nosso espaço pessoal não foi completamente esquecido.